terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Denominações e Estilos de BD - "franco-belga"

BD FRANCO-BELGA

 A denominação “Banda Desenhada” surge na França através das Tiras (Bandes), desenhadas (dessinées) que eram publicadas, diariamente, em jornais.
 Portanto, “Banda Desenhada” é a tradução para português, do francês “Bande-Dessinée” e quando se fala em “BD da Europa”, ela geralmente é associada à “escola Franco-Belga” que criou grandes nomes sobejamente reconhecidos em todo o Mundo (Astérix, Tintin, Spirou, Stroumphs, Blueberry, Alix, Valérian…).

A BD Franco-Belga “nasce” através do “Jornal Spirou” de Charles Dupuis (mais tarde, acompanhado por outro “pai”: a revista “Tintin”) destinada a um público juvenil. É facilmente identificada, numa maneira geral, pelas suas personagens
“caricaturadas” (no exterior da Europa, também é apelidada de “BD dos narizes grandes”…), a variedade de cores utilizadas e pormenores das cenas de fundo. Outra característica marcante e discutível, é a secundariedade das personagens femininas que quando participam, mesmo por vezes sendo a mais inteligente dum grupo, é sempre a parte mais fraca que necessita de ser salva pela personagem masculina, que é o herói. A quase inexistência de casais, também é bastante visível, predominando os pares de amigos – Astérix & Obélix, Tintin & Capt.Haddock, Spirou & Fantásio … e quando há “casais” (Valérian & Laureline, Modeste & Pompom, Olivier Rameau & Colombe Tiredaile…) a relação é só de companheira de trabalho ou aventuras, nada de namoriscos ou outras atitudes menos puritanas!...

Valérian & Laureline, Olivier Rameau & Colombe Tiredaile e Modeste & Pompom

 Na minha opinião, na altura, o público-alvo para a maioria destas aventuras em BD, seriam os rapazes (juvenil/adolescente) e por arrasto, os adultos (dos quais, eu ainda me incluo…), dando origem ao dito “BD dos 7 aos 77” (que equivale ao “BD para todos”) através da atitude “puritana” das suas personagens e histórias, incluindo a ausência de agressões mais chocantes.
 Actualmente, e já desde as décadas de1960 e 1970 (acompanhando a situação Mundial desses anos, inicia-se a publicação de BD para uma faixa etária mais adulta e contestatária), a BD Franco-Belga diferencia cada vez mais o público, oferecendo os mais diversos conteúdos nas suas edições em que surgem temas mais realistas contendo ou não, situações mais agressivas, talvez acompanhado a idade dos primeiros seus leitores ou, simplesmente os tempos actuais de vivência… – dando como exemplo, as primeiras histórias de “Blueberry” (anos 60 séc.XX) não chocariam a faixa etária a partir dos dez anos, mas, as últimas histórias (anos 2000) são, minha opinião para +16 anos pelo seu conteúdo linguístico e violento!...
  A BD Juvenil continua a ocupar um bom espaço editorial, desaparecendo o “puritano” e mostrando as traquinices rebeldes, incluindo a Sexualidade juvenil e adolescente (O “Le Petit Spirou” é um bom exemplo de um menino maroto que “não compreende” as atitudes das meninas, mas, tem uma “paixoneta” pela professora…).


Os pequenos “Spirou” e doutra série, o “Cédric”



As figuras femininas têm uma maior projecção em que muitas são personagens principais e algumas das histórias destinam-se ao público feminino como a colecção “Les Nombrils” de Delaf & Dubuc. Colado a esta maior intervenção feminina, surgem as edições com teor erótico, estando excluído o pornográfico.
 O teor Cultural não é esquecido, havendo no mercado BD em que cada quadradinho é uma obra de Arte (aguarelas, óleos…) e uma escrita mais cuidada em vez dum “discurso dia a dia” com histórias que apelam aos sentimentos e relações entre pessoas (personagens).




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