sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

"O Falcão"... no feminino 2/6


ZANNA

 Um pequeno avião despenha-se sobre a selva africana, tendo sobrevivido só um passageiro – uma pequena rapariguinha. Atraída pelo choro desta pequena, Minfa – a “Mãe de todos os Gorilas” – tira-a dos destroços e a adopta como sua filha – esta menina é ZANNA. Com o passar dos anos, Morzin – o “grande Pai Gorila” – foi tornando-se ciumento, perante Zanna, restringindo a liberdade dessa sua “filha adoptiva”. A jovem Zanna, não sastifeita com a situação, resolve abandonar o grupo e viver sozinha na selva. Constrói uma casa numa arvore e passa a ter como companhia e amigos, o papagaio Suku e o pequeno chimpanzé Chuppi. Compreendendo a linguagem dos animais, é protectora e protegida dos habitantes da Selva. Os povos nativos chamam-lhe a “Rainha da Selva” que percorre os caminhos em cima do seu amigo elefante, Harja, ou através das lianas… …PÁRA TUDO !... Zanna parece uma versão feminina do Tarzan ! Que coincidência…  


 Para estas revistas que vou anunciar, de algumas das histórias da Zanna, sigo a ordem da publicação pela “Schoogirls Picture Library” (SPL) e pela “June and Schoolfriend” (JSF), ao contrário da “O Falcão” (FLC) que trocou toda a sequência…

 “Zanna of the forest”,248 da “Schoogirls Picture Library”, foi editada pela “O Falcão” com os nº444 e 1039 (1969 e 1980).
Nesta que parece ser a primeira (?) história da Zanna, ela conta a um grupo de animais, seus amigos, a sua vida desde que foi adoptada por Minfa. Ao ouvirem os soar dos tambores dos N’Gasi, Zanna conta a aventura de como conheceu essa tribo da qual se tornou amiga. Essa história com alguns perigos, começou quando um pequeno rapaz desaparece da aldeia dos N’Gasi. Os guerreiros acusam um leão, M’Timi como responsável - devido à fama, errada, de “comedor de homens”…- e lançam-se à sua caçada. Para complementar esta história, acrescento um ditado: “as aparências, por vezes, enganam”…


“A Cidade dos Leopardos” editada com os nº410 e 1013 (FLC) (1968 e 1979), corresponde ao original “City of the Leopards”,261 (SPL).
 Numa noite, Zanna acorda pela luz que entra no seu quarto. Sobressaltada, verifica que lavra um grande incêndio do qual tem que fugir para salvar a vida. Mesmo com a ajuda de Harja, acaba por se perder no rio e vai parar a um local que desconhece. Por coincidência, uma aldeia desse local longínquo, envia um mensageiro á procura de Zanna para os auxiliar com um problema sobre leopardos. Esse mensageiro é a salvação para o regresso de Zanna a casa… e é também salvo por ela, de morrer pelo caminho!... Na aldeia, fica a saber pelo chefe que uns estranhos leopardos estão a raptar os seus habitantes…


Esta história da Zanna, “A Rainha da Selva”, foi a única que não teve reedição na “O Falcão”, sendo editada com o nº322 (1966). Para complicar na procura do original, “O Falcão” editou outra história com um título muito parecido: “Rainha da Selva”, nº426 e 1023 (1968 e 1980). Como o nº322 (FLC) é o primeiro desta série, em português, vou arriscar que o original seja o nº310 (SPL), “Zanna – Queen of the Jungle”.
 Nesta história, Zanna ajuda uns exploradores numa busca de salvamento a um piloto que despenhou-se no meio da selva. O primeiro contacto de Zanna com este grupo de busca, não foi favorável por causa de um dos elementos que tentou abater elefantes – situação prontamente abortada pela acção de Zanna. Esse tal elemento “mau”, juntou-se ao grupo com a intenção de apoderar-se dos valores transportados pelo avião acidentado…  


“Zanna, a corajosa”, editada duas vezes com os nº453 e 1060 (FLC) (1969 e 1980), do original “Zanna, the brave”,326 da “June and Schoolfriend” (JSF).
 Nos povoados junto ao rio, um monstro com aspecto de dragão tem aterrorizado as aldeias, exigindo em troca de paz, a entrega de três saudáveis habitantes para escravizar. Uma pequena, filha de uma das vítimas, sai em busca de Zanna para pedir ajuda. Zanna acha estranho o aspecto e procedimentos desse monstro e vai com a ajuda de Harja, em auxílio aos nativos. No primeiro embate, ela e o seu amigo elefante acabam derrotados, o que provoca a descrença sobre os aldeões. Então, Zanna resolve fazer uma pesquisa de terreno, ao redor das aldeias e acaba por ser capturada por um grupo de homens brancos que vêem nela, um contratempo para os seus negócios ilícitos…


Do original “Zanna – child of the jungle”,400 (JSF), foram editados dois números, 435 e 1032 (FLC) (1968 e 1980) com o título “Zanna, a filha da selva”.
“Num vale escondido da selva africana habitava o povo de Lombobo, governado pela formosa rainha M’Basa. Viviam sossegadamente numa cidade construída em volta dum templo onde se encontravam os Leopardos Sagrados. Mas uma onda de terror lavrava agora…
 O problema é que os leopardos sagrados estão a adoecer e em perigo de morrer, o que é mau prenúncio para a cidade. Vão buscar a Zanna, duma maneira nada meiga… para pedir conselhos – zangada, aceita ajudar e parte para adquirir uma planta medicinal nas montanhas sagradas dos Amanti. Para complicar, os Amanti estão em pé de guerra com dois feiticeiros brancos que lhes tem ameaçado e roubado as suas crianças. Se Zanna aceitar ajudar os guerreiros, eles deixam-na entrar no território sagrado para pegar as plantas.
Zanna passa à acção e acaba por descobrir que os tais feiticeiros são… um casal de cientistas que tem avisado os descrentes nativos de que está para acontecer uma iminente calamidade natural sobre a montanha !...

Outras aventuras de Zanna, editadas pela revista “O Falcão”:
 “O Vale do Fogo”332 e 1106 (1966 e 1981)
 “Zanna, a destemida”347 e 1128 (1967 e 1982)
“Harja”357 e 985 (1967 e 1979)
“Zanna, A Rainha da Selva”426 e 1023 (1968 e 1980)
“Tambores de Guerra”551 e 1234 (1971 e 1984)
“Catálogo Ilustrado O FALCÃO 1960-1987” 2002 José M.S. Oliveira “Zarsoft Publications”

Próximo: MAMSELLE X



quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

“O Falcão” … no feminino 1/6


Revista "O Falcão"


Foi só na fase adulta (avançada...), quando recomecei a interessar-me pelas aventuras da “O Falcão” que “descobri” as várias “aventureiras”, originárias da edição britânica “Schoolgirls Picture Library” (SPL). Na altura, quando éramos uns rapazios…, este meu “desconhecimento” só pode ser explicado pela nossa (amigos) inversão às leituras “para menina”(!)... – só estávamos interessados em piratarias, “cowboiadas”,  guerras…
 Uma das minhas preferidas histórias, da inúmera colecção “O Falcão” (FLC), está incluída nessas edições destinadas (?) às leitoras de BD: a “Perseguição tenaz”. É uma história passada na Era dos Faraos, bem desenhada e cheia de acção que não fica atrás das aventuras do famoso ALIX de J.Martin
 O meu ponto de partida para este artigo surgiu quando vi esta mensagem: http://dir.groups.yahoo.com/group/CBandM/message/8801
 Não está fácil obter mais informações sobre a “Schoolgirls Picture Library” (SPL), ao contrário das edições para os rapazes e quando aparece algo sobre essas histórias, são reedições de outras colecções (neozelandesas, australianas…).
 Fico a saber que a “Schoolgirls Picture Library” (SPL) publicou 327 numeros, dos quais a “O Falcão” (FLC) publicou 76 (+-) números com algumas, poucas, reedições. Das várias protagonistas femininas, destaco as três que maior impacto, na publicação, tiveram na edição “O Falcão” (FLC): ZANNA com dez histórias, JACEY com doze e  MAMSELLE X com catorze histórias. Estas histórias foram reeditadas uma segunda vez.
http://www.bdportugal.com/Comics/Cats/F2.html
NOTA: a " June and Schoolfriend" continuou a colecção a partir do nº328 até ao 583.

 Passo a anunciar algumas das histórias, destas e doutras protagonistas, em que a acção (ao contrário do que a rapaziada pensaria…) está bem presente (!)… : elas são espias, rebeldes, condutoras velozes, atiradoras, cavaleiras, veleiras, exploradoras… Actualmente, é normal, mas, em Portugal e nos anos em que estas histórias foram publicadas (fins dos anos 60 e princípios dos anos 70 do séc.XX), no mínimo, era estranho… Os tais namoriscos estavam patentes noutra edição, fora do “O Falcão” : a “Colecção POP” da Electroliber e só depois da revolução !...


JULIE

Esta personagem tem uma só história que foi editada duas vezes, na “O Falcão” com os nº312 e 1064 (FLC) e com o título “Julie nos Mares do Sul” (1966 e 1980). Este título corresponde ao original da “Schoolgirls Picture Library”, Julie in the South Seas” com o nº243 (SPL).



Página 01

  Julie foi convidada pelo seu tio Joe para passar as férias de Verão em Taketa, uma ilha do Pacífico. À sua chegada, em vez do seu tio, é recebida pelo jovem empregado, Koko – sem saber, seu tio tinha recentemente fracturado uma perna.
 Desgostoso por este azar, seu tio também conta que arrisca a perder o contracto de pesca por não ter ninguém para manobrar o seu veleiro na época do mexilhão. Por sorte…Julie sabe manejar iates e com a ajuda de Koko que tratará das máquinas, oferece-se para cumprir esse trabalho.
 Depois de alguma desconfiança, inicial, das suas capacidades, Julie e Koko lançam-se ao mar sem saber que há um outro concorrente para ficar com esse contrato. Esse irá arranjar alguns problemas à Julie, não relacionados com a pesca, tendo em vista apoderar-se de um tesouro sagrado dos nativos. 

  RAPARIGAS NA SELVA

 Estas duas seguintes histórias, ao contrário do que as capas induzem, não tem nada a ver com a “Rainha da Selva”, ZANNA. Até o meio ambiente é diferente, apesar de terem em comum a Selva: Zanna vive na Selva Africana enquanto estas protagonistas nasceram na Selva Indiana
 “A rapariga e o elefante” teve duas edições com os nº397 e 1003 (FLC) (1968 e 1979) do original Elephant girl”,217 (SLP). A segunda história julgo que corresponde à edição original “ Jungle Princess” com o nº100 (SLP) e também foi editada duas vezes pela “O Falcão”: “A Princesa da Selva”,467 e 1050 (1969 e 1980). 



 Nesta história, “A rapariga e o elefante”, um dos protagonistas é o elefante Palai que em pequeno, foi atacado por um tigre e salvo por uma jovem, filha dum caçador local. Passados vários anos, Palai que era um elefante selvagem, é capturado para domesticação e, já na aldeia dos seus captores, reconhece uma rapariga como sendo a sua salvadora (“Um elefante não esquece”…) - na verdade, essa jovem, Shan, é a filha da verdadeira salvadora que já faleceu… Isso não impede que Palai só “respeite” a Shan, sendo difícil a domesticação por outros, tornando-se amigos quase inseparáveisO pai de Shan, é o chefe da aldeia e responsável pela domesticação dos elefantes que serão enviados para uma companhia de trabalho. O negócio está em risco porque aquando do envio dos animais, eles desaparecem sem rasto. Shan e Palai vão resolver esse mistério que está relacionado com o marfim.


 Torama, conhecida pelos habitantes da selva como a ”Princesa da Selva”, desde muito pequena, foi acolhida por uma nativa que vivia recolhida na selva. Infelizmente, essa sua protectora faleceu e antes de dar o ultimo suspiro, fez um último pedido: roga a Torama para seguir o seu destino, abandonando a selva e dirigir-se para Bandoola, procurando o “Lugar dos Cinco Dedos”. Pelo caminho, deve ter cuidado com o “Demónio da Meia-Lua”. Torama e o seu fiel elefante de rara cor branca, Orquídea, rumam a Bandoola e pelo caminho, ajudam um perdido jovem explorador, John Slade, que a ajudará a vencer os perigos desta aventura misteriosa.

No final, a “Princesa da Selva” era uma Princesa  

Próximo: ZANNA, a Rainha da Selva.